Desvios chegaram a R$ 20 milhões e esquema envolve ex-prefeitos, ex-vereadores, secretários e atual presidente da Câmara Municipal
Uma operação investiga presidente da Câmara, ex-vereadores e ex-secretário de Formosa por fraude, nesta segunda-feira (16). Ministério Público (MP) e Polícia Civil cumprem 10 mandados de busca e apreensão contra os alvos, que incluem seis ex-parlamentares.
A iniciativa apura suposta participação do grupo em esquema de dispensa indevida de licitação. De acordo com o órgão, prejuízo aos cofres públicos pode ter chegado aos R$ 20 milhões.
Segundo informações do MP, os investigados são o atual presidente da Câmara, Acinemar Gonçalves, conhecido como Nema, os ex-vereadores Antônio Faleiro Filho, Emílio Torres de Almeida, Jesulino Gomes de Castro, Jorge Gomes da Mota, Nélio Marques de Almedia e Wenner Patrick de Sousa.
O ex-secretário Rodrigo Melo da Natividade. O Mais Goiás tenta contato com os citados. O espaço está aberto para a livre manifestação.
Os mandados são cumpridos nas residências de ex-vereadores e ex-secretário de Formosa, além do gabinete da presidência da Câmara de Vereadores.
Fraude: dispensa de licitação
O Ministério Público aponta que os agentes políticos se valeram da condição de vereadores e secretário para solicitar vantagem indevida. Atos teriam sido cometidos via Cooperativa de catadores de lixo, para a prestação de serviços ao município.
Início das apurações
As investigações apontam que, entre os anos de 2012 e 2016, prefeitos e secretários de Formosa articularam e executaram um elaborado esquema criminoso de dispensa indevida de licitações. Assim, centenas de apadrinhados e apoiadores políticos foram ilegalmente contratados.
Assim, segundo as apurações, contratos foram celebrados sem a realização de concurso público.
O esquema, segundo o MP, funcionava a partir da Cooperativa de Catadores de Lixo (Cooperativa Recicla) que intermediava as contratações. Os prejuízos aos cofres públicos são estimados em R$ 20 milhões.
O ex-prefeitos Pedro Ivo de Campos Faria e Itamar Sebastião Barreto, além dos ex-secretários Abílio de Siqueira Filho, Eduardo Leonel de Paiva e Gilmar Francisco de Sousa, além da funcionária da cooperativa Flavineide Rocha já foram condenados em julho.
As penas variam de 3 a 5 anos, a serem cumpridas em regime aberto. Eles também foram condenados ao ressarcimento dos cofres municipais.
A operação, denominada de Críton, é
coordenada pelo promotor de justiça Douglas Chegury e o delegado regional de
polícia civil José
Antônio Sena.