Sem sinal de melhora nas condições de abastecimento e diante da situação crítica dos reservatórios das usinas hidrelétricas. a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) decidiu, nesta sexta-feira (27), que o patamar 2 da bandeira vermelha, a mais cara, seguirá vigorando nas contas de luz para o mês de setembro.
"Agosto foi mais um mês de severidade para o regime hidrológico do Sistema Interligado Nacional (SIN). O registro sobre as afluências às principais bacias hidrográficas continuou entre os mais críticos do histórico. A perspectiva para setembro não deve se alterar significativamente", informou a agência, em nota.
A pior crise hídrica em 91 anos, conforme o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), aponta para um aumento do valor deste patamar, que hoje está em R$ 9,49 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. A decisão deve ser anunciada pela reunião colegiada da agência na próxima terça-feira.
Conforme mostrou o R7 nesta sexta-feira, os reservatório das úsinas hidreletricas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste operam com apenas 22,53 de sua capacidade de armazenamento. Responsáveis por cerca de 70% da geração hídrica do país, os reservatórios registraram em agosto a pior média mensal de ocupação de toda a série histórica, iniciada em 2000.
Por conta desse cenário, que exige o acionamento de usinas termelétricas, mais caras, novos cálculos internos do governo apontam para a necessidade de uma alta para algo entre R$ 15 e R$ 20. Há ainda um cenário-limite de até R$ 25, mas é improvável que ele seja adotado.