Desde 2020, o MDB vinha crescendo. Naquele ano, o partido lançou o médico Osvaldo Fonseca Júnior para prefeito. O médico perdeu para o prefeito Paulo do Vale, do União Brasil, mas foi uma derrota honrosa. Porque o gestor municipal tinha — e tem — uma aprovação alta. O partido também elegeu duas vereadoras.
Quase quatro anos depois, na quarta cidade mais rica e com o quarto maior eleitorado de Goiás, o MDB parece que passou por um terremoto. O partido tem presidente, Marussa Boldrin, mas tende a perder toda a sua estrutura anterior. Em 2022, elegeu um deputado estadual, Lucas do Vale — filho de Paulo do Vale — e uma deputada federal, Marussa Boldrin.
Para 2024, o MDB apresentou um candidato forte a prefeito, o médico Wellington Carrijo. Porém, ao assumir a presidência do MDB no município, Marussa Boldrin distanciou-se do grupo de Paulo do Vale (ela alega, com certa razão, que o grupo não quer integrá-la — por Lucas do Vale deverá ser candidato a deputado federal em 2026, ou seja, será concorrente da parlamentar).
Com o distanciamento entre Marussa Boldrin e Paulo do Vale, se ganhou uma presidente — até aguerrida —, o MDB pode perder seu candidato a prefeito, Wellington Carrijo, seu vereador, Cabo Moraes. A tendência é que Wellington Carrijo dispute a Prefeitura de Rio Verde pelo União Brasil — o que,, por sinal, é do agrado do governador Ronaldo Caiado.
Para piorar a situação, sob a gestão de Marussa Boldrin, o MDB, ao menos até agora, não filiou nenhum político relevante, em termos eleitorais, em Rio Verde. Portanto, dificilmente o partido terá uma chapa competitiva de candidatos a vereador. Poderá “desaparecer” do mapa — acabando por ser liderado por uma generala… sem exército.
O que se fala em Rio Verde é que está se aproximando uma debandada no MDB. Com o objetivo de deixar Marussa Boldrin falando sozinha. Mas há uma alternativa. O presidente do MDB, Daniel Vilela, pode passar o comando do partido para o grupo de Paulo do Vale, em fevereiro de 2024. Se isto acontecer, o partido terá candidato a prefeito e, ao mesmo tempo, uma chapa consistente de candidatos a vereador.
Emedebistas dizem que Marussa Boldrin sequer marca reuniões com os membros do partido, exceto se estiver fazendo encontros apenas com seu grupo político. Comenta-se também que a deputada planeja apoiar para prefeito Lissauer Vilela, do PL, ou Osvaldo Fonseca Júnior, do Republicanos. Os dois são contrários a Daniel Vilela e não o apoiarão na disputa para o governo do Estado em 2026. (E.F.B.)