Eles são numerosos e são jovens. O termo “geração nem-nem” se refere à uma fração da juventude, que vai de 15 a 29 anos, que não trabalha e nem estuda. Mais de 10,9 milhões de jovens, ou seja 22,3% dos brasileiros nessa faixa etária, fazem parte desse grupo. A estimativa é de que o Brasil passe pelo pico populacional dessa faixa etária na próxima década. Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 6 de dezembro de 2023.
De acordo com os dados divulgados, se fosse necessário um retrato falado desse grupo, provavelmente seria descrito assim: mulher, pobre, negra ou parda. Isso porque 52% são mulheres, 61,2% são pobres e 66% são pretos e pardos. Além disso, são mais de 2 milhões de mulheres responsáveis por cuidar dos afazeres doméstico ou de parentes; os trabalhos não remunerados. Deste total de ‘nem-nem’, 43,3% eram mulheres pretas ou pardas, 24,3% eram homens pretos ou pardos, 20,1% eram mulheres brancas e apenas 11,4% eram homens brancos.
Os resultados da pesquisa mostram um risco alarmante de vulnerabilidade juvenil, reconhecida como mais preocupante que a taxa de desocupação, uma vez que esses jovens não estão nem ganhando experiência laboral, nem qualificação, o que pode comprometer suas possibilidades ocupacionais no futuro. A pandemia também agravou a situação desses indivíduos, que em muitos casos, tiveram que interromper a educação e a formação profissional. Os dados ainda revelam que em 2022, 4,7 milhões de jovens não procuravam emprego nem gostariam de trabalhar.
Diagnóstico feito pela Subsecretaria de Estatísticas e Estudos do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego revelou que, dos 207 milhões de habitantes do Brasil, 17% são jovens de 14 a 24 anos, e desses, 5,2 milhões estão desempregados. Ou seja, entre o total de 9,4 milhões de pessoas sem emprego no Brasil, 55% estão nessa faixa etária.
Desemprego no Brasil
Informações da Agência Brasil apontam que o número de desempregados ficou estável em 2023, com 8,2 milhões de pessoas. É o menor contingente desde o trimestre encerrado em abril de 2015, quando havia 8,15 milhões de brasileiros procurando trabalho.
Outra estatística de referência sobre o mercado de trabalho é o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), compilado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, que coleta dados apenas de admissões e demissões de trabalhadores com carteira de trabalho. No acumulado de janeiro a novembro de 2023, foram gerados no país 1.914.467 postos de trabalho.