Os termos do acordo anunciado nesta tarde pelo juiz Eric Davis — após um atraso de mais de duas horas do início previsto do julgamento e com um júri de 12 pessoas e 12 suplentes já selecionado — no Tribunal Superior de Delaware, na cidade de Wilmington, incluem o pagamento de US$ 787,5 milhões (cerca de R$ 3,9 bilhões) da Fox, de acordo com Justin Nelson, advogado da Dominion. O valor inicialmente exigido pela empresa e considerado "exageradamente inflacionado" pela Fox era de US$ 1,6 bilhão (cerca de R$ 8,3 bilhões).
— A verdade importa. Mentiras têm consequências — disse Nelson. — Há mais de dois anos, uma torrente de mentiras varreu os funcionários eleitorais da Dominion em todos os EUA para um universo alternativo de teorias da conspiração, causando danos graves à Dominion e ao país.
O executivo-chefe da Dominon, John Poulos, chamou o acordo de "histórico".
A decisão, entretanto, não inclui um pedido de desculpas por parte da emissora, segundo uma pessoa familiarizada com os detalhes do acordo ao New York Times. Apesar disso, a Fox emitiu um comunicado poucos minutos após a decisão afirmando que reconhece "as decisões do tribunal que consideram certas alegações sobre a Dominion falsas". "Temos esperança de que nossa decisão de resolver essa disputa com a Dominion amigavelmente, em vez da amargura de um julgamento divisivo, permita que o país avance com essas questões", acrescentou a nota.
Ainda segundo o jornal, no entanto, um dos advogados da Dominion, Stephen Shackelford, disse que o acordo com a Fox não é o fim dos esforços para combater a desinformação espalhada sobre a empresa e que há outras pessoas que devem ser responsabilizadas. Entre elas, estão as emissoras Newsmax e OAN, além de Rudy Giuliani e Sidney Powell, ambos ex-advogados de Trump.
Esse pode ser um dos acordos mais caros em um caso de difamação na História dos Estados Unidos. Segundo o New York Times, muitas das maiores penalidades divulgadas publicamente por difamação ficavam na casa dos nove dígitos.