Dois médicos diferentes de agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em Goiânia, que fizeram a perícia de um serralheiro de 52 anos, negaram a renovação do auxílio-doença dele com as seguintes considerações: “Bla bla bla bla bla.” A expressão se estende por sete linhas em um dos laudos. O caso foi divulgado pela TV Anhanguera na segunda-feira (13).
Conforme apurado pelo veículo de comunicação, o homem pediu o auxílio-doença em 2022. À época, ele relatou agravamento de dependência química, além de ansiedade e insônia. Naquele momento, o médico escreveu “bla, bla, bla”… Em 2023, ele fez um novo pedido e recebeu outra negativa com as mesmas considerações.
Em ambos os casos, o resultado da perícia foi por inexistência de incapacidade laborativa. Dois médicos diferentes em agências do INSS de Goiânia fizeram os laudos. O homem só conseguiu acesso aos documentos depois que a advogada dele fez a solicitação.
Ao Mais Goiás, o INSS em Goiás disse que o caso está com a equipe de Brasília. O portal tenta contato. Já a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) afirmou que notificou o INSS e levou o caso à Perícia Médica Federal em Goiás, “que se comprometeu a identificar o responsável pela avaliação e encaminhar o documento à Corregedoria da instituição”.
Os nomes dos médicos peritos do Instituto não foram divulgados. Desta forma, não foi possível localizar a defesa dos mesmos.
“A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), por meio de sua Comissão de Direito Previdenciário (CDPrev), informa que recebeu informações sobre a negativa de concessão de auxílio-doença pelo INSS e a questionável justificativa do perito responsável exposta no laudo pericial. Diante disso, a Seccional imediatamente levou o caso ao conhecimento da Perícia Médica Federal em Goiás, que se comprometeu a identificar o responsável pela avaliação e encaminhar o documento à Corregedoria da instituição.
A OAB-GO reitera seu compromisso com a defesa dos direitos da cidadania e permanece vigilante para assegurar que casos como este sejam devidamente esclarecidos e os direitos dos segurados respeitados.”