Tirullipa foi sentenciado nesta terça-feira (21) ao pagamento de R$ 25 mil em indenização por danos morais à drag queen Halessia. A influenciadora acusa o humorista de despi-la na Farofa da GKay, em dezembro de 2022.
O juiz Rodrigo Ramos, da 1ª Vara Cível do TJSP, condenou o humorista em primeira instância após constatação de “réu revel”, o que significa que a defesa de Tirullipa não se manifestou dentro do prazo limite. Ainda cabe recurso da sentença.
Halessia alega que teve a sunga puxada e o órgão genital exposto durante uma brincadeira da “banheira do Gugu” que ocorria na festa. A gincana consiste em colocar dois ou mais participantes em uma banheira de água turva e ganha quem for mais ágil em pegar o sabonete.
Tirullipa, que estava comandando a atividade, puxou biquínis e sungas de vários participantes. Vídeos e fotos foram compartilhados aos montes em redes sociais na ocasião, até pelo próprio humorista. Após a repercussão negativa do caso, Tirullipa foi expulso da festa e se desculpou “pela brincadeira” nas redes sociais.
“Ante à revelia, presume-se que o réu, de fato, abaixou a sunga do autor, sem o consentimento deste, durante a execução de uma brincadeira e enquanto o autor se encontrava imobilizado, fazendo exibir a genitália dele aos presentes no local e a um amplo público à distância, já que havia transmissão do evento por canais de televisão e plataformas de streaming”, escreveu o juiz.
A advogada de Halessia, Ágatha Nogueira, afirmou ao F5 que considera o valor da indenização insatisfatório. O pedido inicial era de R$ 50 mil.
“O objetivo da indenização por dano moral é que o réu entenda a gravidade do que fez, se conscientize e não volte a cometer o mesmos atos. Ele [Tirullipa] tem mais de seis empresas ativas, acabou de abrir um circo, R$ 25 mil para ele não é nada. Tem que ser um valor que repreenda o réu”, afirmou a advogada.
Ágatha e o sócio, o advogado André Furegate, tentaram ainda propor uma conversa com a defesa de Tirullipa para tentar um acordo, mas não houve interesse da parte contrária em conversar.
EXPOSIÇÃO SEM CONSENTIMENTO
Halessia ligou para sua advogada enquanto ainda estava na Farofa da GKay, momentos após o ocorrido, pedindo orientações sobre como proceder com o boletim de ocorrência. “Ele estava muito desestabilizado e nervoso”, conta a advogada. “Além disso, a Farofa, ainda que seja uma festa, é para ele um espaço de networking com outros influenciadores e personalidades da internet”, diz.
Segundo ela, o fato de seu cliente ser uma drag queen traz ainda o agravante para a situação de ter seu corpo exposto sem consentimento. “Ele estava o tempo todo no evento como Halessia, então para além do constrangimento de ter sua sunga baixada, isso o expôs de várias outras maneiras”, diz.
Questionada se caberia ação penal por assédio, a defesa de Halessia afirma que a atitude de Tirullipa contra seu cliente “não ensejou o tipo penal”. “E a gente sabe que na prática não teria resultado efetivo lutar por isso”, diz.
A advogada também afirma que acredita que a revelia da defesa foi uma estratégia para prorrogar a ação e deixar que o caso “caísse no esquecimento”.
“Eles pediram prorrogação do prazo várias vezes, dizendo que iam apresentar defesa e não apresentaram. Acredito que preferiram deixar a poeira baixar. No último ano nem teve Farofa da GKay, então não se falou mais nisso. Ele tem aparecido normalmente na TV para divulgar o circo dele. Ele ganhou esse tempo para mudar a imagem”, diz.
OUTRO LADO
Procurado via assessoria de imprensa para comentar a condenação, Tirullipa não se pronunciou. O humorista responde ainda a dois processos por importunação sexual referentes ao mesmo episódio.
Via Folhapress