Hoje (22), encerra-se o prazo de 60 dias concedido pelo ministro à PF para analisar o material apreendido e produzir mais provas a serem anexadas ao relatório final. Essa operação visava prender os supostos mandantes dos homicídios: os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, além do delegado Rivaldo Barbosa.
Apesar das buscas em celulares, computadores e documentos, não foram encontradas evidências conclusivas relacionadas ao crime.
Segundo informações de O Globo, no entanto, há ampla documentação sobre as práticas dos irmãos Brazão em relação às emendas parlamentares. Um exemplo é o desvio de recursos por parte de Chiquinho, que direcionava verbas de emendas parlamentares, às quais tinha direito como deputado federal, para uma determinada ONG. Essa ONG, por sua vez, repassava o dinheiro à filha de um assessor de Domingos Brazão.
De acordo com o jornal, a análise do material apreendido também revela que Eduardo Cunha, um conhecido político nacional, estava envolvido com os Brazão. No ano passado, Cunha enviou o contato do intermediário da ONG, que participou do esquema de desvio de recursos, para Robson Calixto da Fonseca, conhecido como “Peixe” e assessor de Domingos Brazão. Vale ressaltar que Peixe está preso desde o dia 9 deste mês.
Embora esse fato não esteja diretamente relacionado ao crime que vitimou Marielle, ele reforça o modus operandi da família Brazão.
Em 9 de maio, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia ao STF. Chiquinho e Domingos foram acusados como mandantes do crime e integrantes de organização criminosa. Já Barbosa é apontado como um dos mandantes do homicídio e também integrante dessa organização criminosa. Além disso, a PGR denunciou Robson Calixto da Fonseca, ex-assessor de Domingos, e o miliciano Ronald Alves.