A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) dá início, na próxima segunda-feira, 8, a uma medida de padronização das nomenclaturas utilizadas nos extratos financeiros para mostrar as operações bancárias realizadas pelos clientes. O intuito é padronizar os nomes utilizados pelas diferentes instituições financeiras a fim de facilitar a identificação de gastos e recebimentos, evitando assim transações não identificadas nos registros.
A mudança vem em duas etapas, a primeira, que começa na segunda-feira, trata da padronização para saques e depósitos. Em seguida, a Febraban começa a estudar a inclusão das mais de quatro mil operações financeiras realizadas pelos bancos. Não existe previsão para aplicação da segunda etapa. A meta apresentada é padronizar 44 operações, sendo 30 ligadas aos depósitos e 14 aos saques.
Em entrevista ao Jornal Opção, o consultor financeiro e conselheiro regional de contabilidade, Cássius Pimenta, explica um pouco melhor a medida. O especialista exemplifica: saques no caixa de uma agência que poderiam aparecer com as nomenclaturas “Saque no caixa em sua agência”, “Saque cartão cx própria agência” ou “Saque no caixa em sua agência- AD”, agora serão identificados como “Saque din cartão AG” em todas as instituições.
al é deixar o extrato bancário mais claro e mais homogêneo entre várias instituições financeiras”, resumiu. A tendência é que essa padronização entre instituições se expanda para as milhares de operações realizadas cotidianamente. A consulta às novas nomenclaturas poderá ser feita no site da Febraban.Pimenta deixa claro que essa é uma iniciativa do coletivo bancário e não uma determinação oficial do Banco Central ou imposição legal. “Algo dentro de casa” e sem qualquer custo ao usuário, explicou.
Destinatários de difícil identificação
Quando questionado se a medida vai também padronizar os nomes dos destinatários das transações (comumente diferentes dos nomes dos estabelecimentos onde foi feita a compra), Pimenta afirma que se trata apenas de mudança na nomenclatura das transações. Apesar da prática recorrente de receber vendas em uma conta diferente da do CNPJ que realizou a venda (o que dificulta o controle financeiro por parte dos clientes), a atual medida não consegue controlar essa questão.
“O que está sendo feito agora é basicamente a questão das transações, e não identificação de beneficiário”, concluiu. A medida acaba afetando mais o cotidiano dos consumidores que fazem uso de mais de uma instituição bancária em seu cotidiano.