As investigações da Polícia Federal, responsável pela operação, revelaram que membros dos Três Poderes e jornalistas foram alvo de ações do grupo, incluindo a criação de perfis falsos e a divulgação de informações sabidamente inverídicas.
No texto liberado por Moraes há nomes daqueles que foram monitorados pelo grupo.
PODER JUDICIÁRIO
Ministros Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luis Roberto Barroso e Luiz Fux.
PODER LEGISLATIVO
Deputado Federal Arthur Lira (presidente da Câmara dos Deputados), deputado Rodrigo Maia (então Presidente da Câmara dos Deputados), deputados federais Kim Kataguiri e Joice Hasselmann, senadores, Alessandro Vieira, Omar Aziz, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues.
PODER EXECUTIVO
Ex-Governador de São Paulo, João Doria; servidores do Ibama Hugo Ferreira Netto Loss e Roberto Cabral Borges; auditores da Receita Federal do Brasil Christiano José Paes Leme Botelho, Cleber Homen da Silva e José Pereira de Barros Neto.
JORNALISTAS
Monica Bergamo, Vera Magalhães, Luiza Alves Bandeira e Pedro Cesar Batista.
Moraes justificou assim a quebra do sigilo:
“Nos termos do inciso IX do art. 93 da Constituição Federal de 1988, todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação”.
Policiais federais cumpriram cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, em Brasília, Curitiba, Juiz de Fora, Salvador e São Paulo.
O Metrópoles confirmou as prisões de Giancarlo Gomes Rodrigues; Mateus Sposito, ex-assessor da Secretaria de Comunicação Social (Secom) na gestão anterior; Marcelo de Araújo Bormevet, policial federal; Richards Dyer Pozzer; e Rogério Beraldo de Almeida.
Além deles, ex-assessores de Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, foram alvo de busca e apreensão. Entre eles José Mateus Sales Gomes.
Segundo a PF, a organização criminosa também acessou ilegalmente computadores, aparelhos de telefonia e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos.
Os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio.