Ao contrário de outros alvos, que manifestaram repúdio ao suposto esquema de espionagem, o atual presidente da Câmara não reagiu publicamente à revelação de que teria sido monitorado de forma ilegal.
O silêncio de Lira, que deixará o comando da Câmara em fevereiro de 2025, chamou a atenção de outros políticos, de investigadores e até de membros do Poder Judiciário em Brasília.
Lira mantém uma relação próxima com parlamentares bolsonaristas e com o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro, de quem espera contar com o apoio para eleger um aliado como sucessor no comando da Câmara.
O deputado também espera quer contar com apoio dos bolsonaristas nas eleições de 2026, quando quer concorrer ao Senado por Alagoas. Na disputa, ele terá como adversário o senador Renan Calheiros (MDB-AL), apoiado por Lula.
Segundo relatório da PF divulgado na quinta-feira (11/7), membros da chamada “Abin paralela” revelaram, em uma troca de mensagens interceptada pela política, uma suposta ação para “caçar podres” de Lira.
“Em relação ao PODER LEGISLATIVO, segundo a autoridade policial, foram identificadas ações clandestinas para “caçar podres” do Deputado Federal KIM KATAGUIRI (inclusive contra os seus assessores), ocasião em que se descobriu que em momento anterior também foram realizadas ações contra o Deputado Federal ARTHUR LIRA, tudo conforme diálogos entre os investigados GIANCARLO GOMES RODRIGUES e MARCELO ARAÚJO BORMEVET”, citou o ministro Alexandre de Moraes na decisão em que autorizou uma operação da PF contra acusados do caso.