O Ministério da Saúde confirmou, nesta quinta-feira, dia 25 de julho de 2024, duas mortes por febre oropouche no interior da Bahia. As vítimas, duas jovens mulheres com menos de 30 anos, apresentaram sintomas semelhantes aos da dengue grave. Estes casos marcam os primeiros óbitos registrados pela doença na literatura científica mundial.
A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) foi responsável pela investigação dos casos. Além desses registros, há um óbito ainda em investigação em Santa Catarina e outro que foi descartado no Maranhão. As mortes ocorreram nos municípios de Valença e Camamu, em 27 de março e 10 de maio, respectivamente.
Desde 2023, houve uma ampliação na detecção de casos de febre oropouche em todo o país, graças à disponibilização de testes diagnósticos nos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen). Em 2024, foram confirmados 7.236 casos em 20 estados brasileiros, com maior concentração no Amazonas e Rondônia.
A transmissão da febre oropouche é feita pelo mosquito maruim, também conhecido como mosquito-pólvora. A doença, antes restrita ao Norte do Brasil, agora é um problema nacional.
Recentemente, o Ministério da Saúde iniciou a investigação de seis possíveis casos de transmissão vertical da febre oropouche, ou seja, de mãe para filho durante a gestação. Esses casos estão sendo analisados em Pernambuco, Bahia e Acre. Houve casos de óbito fetal, aborto espontâneo e anomalias congênitas, como a microcefalia.
No início deste mês, o Instituto Evandro Chagas identificou pela primeira vez anticorpos do vírus oropouche em recém-nascidos e encontrou o genoma do vírus em um caso de morte fetal. Em resposta, foi emitida uma nota técnica recomendando aumentar a vigilância em saúde para confirmar a transmissão vertical do vírus.
Em 2024, os estados com maior número de casos de febre oropouche são:
Outros estados também apresentaram casos, mas em menor quantidade, como Rio de Janeiro, Ceará, Piauí, Mato Grosso, Amapá, Maranhão, Paraná, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraíba.
O Ministério da Saúde destacou algumas medidas para reduzir o risco de transmissão da febre oropouche, especialmente para gestantes:
As secretarias estaduais de saúde, junto com especialistas, continuam a investigar a relação entre a febre oropouche e os casos de malformação ou abortamento, enquanto o Ministério da Saúde intensifica os esforços para controlar a disseminação da doença.