Ao Jornal Opção, a tradutora Eni Dell Mullins, que está na área desde 2000, afirmou que essa tradução pública é feita por tradutores públicos e intérpretes comerciais habilitados em um ou mais idiomas estrangeiros e português. Por conta disso, apenas pessoas físicas podem ser tradutores juramentados.
Eni Dell explica que entre os principais documentos a ser traduzidos estão: Certidões de registro civil (casamento, nascimento, óbito), procurações, processos de divórcio, diplomas e históricos acadêmicos, carteiras de habilitação motora, laudos de exames médicos e cartas de recomendação profissional. Essas traduções são amplamente usadas em processos jurídicos, acadêmicos, comerciais e imigratórios.
Segundo a tradutora, para se tornar uma intérprete comercial habilitada, é necessário passar por um “concurso de provas e nomeação concedida pelas Juntas Comerciais ou órgãos encarregados do registro do comércio”. O concurso é constituído por “prova escrita constando de versão, para o idioma estrangeiro; e tradução para o vernáculo de um trecho igual; prova oral, consistindo em leitura, tradução e versão, bem como em palestra, com arguição no idioma estrangeiro e no vernáculo que permitam verificar se o candidato possui o necessário conhecimento e compreensão das sutilezas e dificuldades de cada uma das línguas”, explica.
A tradutora explica que, em seu caso específico, não foi necessário conhecimentos específicos além da língua estrangeira para que ela se tornasse intérprete comercial. “Minha maior ‘escola’ tem sido o contato direto com uma gama variada de documentos, culturas, vocábulos e exigências”, disse.
De acordo com Eni Dell, para garantir a precisão e a fidelidade das traduções é necessário “fluência não só na língua estrangeira, mas também no vernáculo, organização e eficiência no processo de recepção, tradução e entrega de documento, análise minuciosa do texto original e pelo menos duas revisões para identificar imprecisões e erros”.
Ela explica que entre os principais benefícios deste tipo de serviço é fazer com que documentos sejam “reconhecidos e aceitos internacionalmente, o que facilita processos como imigração, estudos no exterior, e negócios internacionais”. Além disso, a tradução garante “validade legal dos documentos traduzidos a fim de serem aceitos em tribunais, repartições públicas e instituições educacionais, entre outros órgãos”.