E a agência instalou esse apetrecho, chamado “Matriz de Retrorrefletores a Laser” (LRA), para teste em dois landers: o Vikram, da Índia, e o SLIM (sigla em inglês para “Nave Inteligente para Investigação da Lua”), do Japão. Com essas missões, as nações asiáticas se tornaram o quarto e o quinto países a pousar na Lua.
O dispositivo implantado no SLIM tem cinco centímetros de diâmetro – o tamanho de um biscoito – e possui oito prismas de quartzo colocados em uma moldura de alumínio em forma de cúpula que permitem ao mecanismo refletir a luz vinda de várias direções. Da órbita, o LRO usa um altímetro a laser para atingir o dispositivo e registrar a luz que retorna.
Segundo Xiaoli Sun, que liderou a equipe que construiu o retrorrefletor do SLIM no Centro Espacial Goddard, da NASA, como parte de uma parceria entre as agências americana e japonesa, “o altímetro do LRO não foi construído para esse tipo de aplicação, então as chances de localizar um minúsculo retrorrefletor na superfície da Lua já são baixas”.
Para piorar a situação, o SLIM tombou ao pousar, então não foi fácil obter um retorno do retrorrefletor. Depois de oito tentativas frustradas, o mecanismo acabou funcionando duas vezes, em 24 de maio, de acordo com um comunicado emitido pela NASA na segunda-feira (29).
Esses testes foram fundamentais para certificar que o sistema funciona – mesmo em condições inesperadas. Futuramente, um sistema de posicionamento envolvendo os retrorrefletores vai contar com um parceiro orbital realmente projetado para fazer esse trabalho. Como o altímetro do LRO não foi feito sob medida, o sistema ter funcionado mesmo em um ângulo foi um excelente resultado.
“Para a equipe do LRO, ter alcançado um retrorrefletor voltado para os lados, em vez do céu, mostra que esses pequenos dispositivos são incrivelmente resistentes”, disse Sun, explicando que o sistema pode ser usado em futuras missões tripuladas e não tripuladas para pousar mais perto de outras espaçonaves ou objetos que já estiverem na superfície lunar.