(O Globo) A Ilha Saint-Paul, no Alasca, está em estado de alerta máximo desde junho, após um morador relatar a possível presença de um rato. Autoridades locais iniciaram uma busca intensa, temendo que a chegada do roedor possa desestabilizar o delicado ecossistema da ilha, que abriga aves marinhas raras e focas. Aliás, a última vez que um rato foi encontrado na ilha, em 2018, os moradores levaram quase um ano para matá-lo.
Localizada no Mar de Bering, a Ilha de St. Paul é conhecida pela rica biodiversidade e é apelidada de “Galápagos do Norte”. Especialistas alertam que a presença de um único rato pode gerar consequências devastadoras, como a morte de aves, o que afetaria a cadeia alimentar local e os nutrientes essenciais trazidos por esses animais.
O Escritório de Conservação do Ecossistema, liderado por Lauren Divine, está à frente das operações. “Comecei a investigar imediatamente e mobilizamos nossa equipe para procurar sinais do roedor, como fezes e marcas de mastigação”, relatou Divine.
Armadilhas e câmeras foram instaladas, e uma “equipe de ataque aos ratos” foi acionada, envolvendo diversas agências federais.
Uma infestação de ratos, também conhecida como “vazamento de ratos”, é considerada por especialistas como uma ameaça maior que vazamentos de petróleo. Wes Jolley, chefe de operações da Island Conservation, afirmou que os ratos, que se reproduzem rapidamente e comem praticamente qualquer coisa, podem causar danos graves ao ecossistema. A ONG, por exemplo, já ajudou a recuperar a Ilha Hawadax, no Alasca, anteriormente chamada de Ilha dos Ratos.
Portanto, os 400 habitantes de St. Paul foram orientados a ficarem atentos a sinais da presença do rato. O governo local e federal estão considerando o uso de um cão farejador para auxiliar na busca, apesar de uma lei que proíbe cães na ilha.
Além do aumento das embarcações na região, mudanças climáticas também estão facilitando a sobrevivência de ratos no Alasca. O clima mais quente, segundo Divine, está tornando a área mais propícia para a presença desses roedores, agravando os desafios já enfrentados pela fauna local.
“Levamos isso muito a sério”, concluiu Divine, ressaltando a importância de manter a ilha protegida.