O Brasil importa cadáveres para o treinamento em harmonização facial devido à escassez de doações e à falta de corpos disponíveis para estudo em universidades públicas. A doação de corpos para fins acadêmicos ainda não é uma prática comum no País, o que resulta em uma carência de peças anatômicas.
Os cadáveres importados, que passam por um processo de congelamento logo após a morte (técnica chamada de “fresco congelado”), são considerados superiores ao uso de formol, pois preservam as melhores características do corpo humano e permitem uma experiência de aprendizado mais realista. Esses corpos são usados para treinamento de procedimentos estéticos, que envolvem estruturas metálicas delicadas, e são importados principalmente de países como os Estados Unidos e de alguns da Europa.
Em entrevista à BBC News Brasil, Henrique Barros, presidente da Sociedade Brasileira de Anatomia, explicou a importância dos cadáveres nesse procedimento. “Harmonização facial é uma área em rápido crescimento no Brasil. É essencial que os profissionais se dediquem ao treinamento e se aprimorem ao máximo para reduzir as chances de erro ao tratar seus pacientes”, disse.
A doação de corpos é uma escolha que não permite restrições de uso e a legislação brasileira proíbe a comercialização desses materiais. Universidades públicas dependem de ações voluntárias, mas enfrentam dificuldades devido à falta de doadores e ao alto custo de importação. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) é a única que possui câmaras adequadas para a preservação de corpos e utiliza um programa de doação já consolidado.