O Banco Central (BC) realizou, nesta terça-feira (17/12), um novo leilão extraordinário de dólares no mercado à vista, vendendo US$ 1,272 bilhão a uma taxa de R$ 6,1005. Essa foi a terceira intervenção desde a última sexta-feira (13/12), quando o BC vendeu US$ 845 milhões, e na segunda-feira (16/12), a venda totalizou US$ 1,623 bilhão.
Apesar da venda expressiva de dólares, o valor da moeda americana não cedeu. O dólar iniciou o dia em forte alta, cotado a R$ 6,16, mas logo após o leilão, recuou para R$ 6,09. No entanto, a cotação voltou a subir, alcançando R$ 6,20 por volta das 12h16, alta de 1,14% no início da manhã.
Esse movimento de alta no câmbio é amplamente atribuído às preocupações com a situação fiscal do Brasil, com investidores temendo que o pacote de corte de despesas do governo, considerado insuficiente, sofra alterações no Congresso Nacional, onde o projeto continua sendo analisado. A instabilidade fiscal continua a ser um fator de incerteza, impactando a confiança do mercado.
Com o fechamento de segunda-feira, o dólar atingiu o maior valor nominal de sua história, com um acumulado de 0,99% de alta na semana, 1,56% no mês e 25,59% no ano. O avanço foi impulsionado pela expectativa de que o governo não conseguirá aprovar as medidas fiscais necessárias, o que mantém os investidores em alerta.
Na busca por soluções para a crise fiscal, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir a continuidade das reformas fiscais.