Ao contrário de quando foi adotada pela primeira vez, medida teria impacto mínimo na redução do uso de energia no país
Horário de verão deixou de existir em 2019
O retorno do horário de verão, aventado pelo presidente Jair Bolsonaro em entrevista no início deste mês e cobrado por setores da economia que se beneficiariam com a mudança nos relógios do país é, de acordo com especialistas, uma medida que não teria mais relação com economia de energia e seria apenas uma forma de garantir aumento do consumo no final dos dias.
O economista e professor de direito ambiental Alessandro Azzoni diz que desde que foi extinto, em 2019, no primeiro ano da gestão do atual governo federal, o impacto no aumento de consumo de energia é mínimo.
"Não dá para se dizer também que não há nenhuma relevância nos gastos de energia. Podemos pensar assim, para ficar clara a situação: quando o uso de eletricidade está alto e a produção fica comprometida, entramos numa especie de cheque especial, à beira do colapso. Países que usam o horário de verão entram menos nesse cheque especial", explica Azzoni.
Bolsonaro disse em entrevista à Rádio ABC, de Novo Hamburgo (RS), em 2 de agosto, que se a população quiser o retorno do horário de verão, ele se compromete a colocá-lo em prática outra vez. "Se mudarem de posição, eu sigo o que quiserem, sou um democrata."