De olho no futuro das crianças, pais e responsáveis estão deixando de lado a tradicional poupança para fazer o "o pé de meia" de seus filhos e migrando para a bolsa de valores. Em um ano, o número de investidores com até 15 anos de idade cadastrados na B3 aumentou 65,5%.
O número passou de 13.070 – 7.347 (homens) e 5.723 (mulheres) – em outubro de 2020, para 21.630 – 12.082 (homens) e 9.548 (mulheres) – em outubro deste ano.
Na faixa etária dos 16 aos 25 anos, a participação vem se mostrando expressiva também. Em outubro deste ano, a bolsa soma 481.023 pessoas com este perfil. Em igual período de 2020 eram 415.237, ou seja, alta de 15,84%.
O movimento vem agrandando economistas ouvidos pelo R7 Economize nesse Dia das Crianças. Para eles, o aumento do cadastro de CPFs de menores de idade na bolsa de valores mostra que a educação financeira está finalmente começando a tomar forma no Brasil.
Para Miguel José de Oliveira, diretor executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças), a falta de educação financeira da população sempre foi vista como um grande problema.
E, segundo ele, afeta, inclusive, pessoas esclarecidas, jovens que ainda estão na faculdade, são imediatistas, querem as coisas na hora e acabam se endividando com cartão de crédito por nunca pensarem em economizar e juntar dinheiro, por exemplo.
Trazer a educação financeira para a vida da criança, na opinião de Oliveira, é uma forma de mostrar para ela que não dá para ser imediatista e comprar tudo o que deseja e que é preciso fazer uma poupança, juntar o dinheiro e finalmente conquistar o que quer.
"Escolas, bancos e a própria Febraban estão fazendo diversas campanhas de conscientização da população, mas é em casa que se tem a base", diz Oliveira.
André Braz, economista do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), da FGV (Fundação Getulio Vargas), também acredita que os números da bolsa de valores mostra que a conscientização financeira vem aumentando.