Originado na elevação da taxa básica de juros para conter a inflação, os sinais de recessão nos Estados Unidos começaram a aparecer em um movimento que têm capacidade de refletir em toda a economia global.
Nesta semana, os temores de contração da maior economia do mundo limitaram o aumento das expectativas com o fim das políticas de combate à Covid-19 na China. A preocupação também resultou no tombo das bolsas de valores dos Estados Unidos e puxou para baixo o valor do petróleo.
Rachel de Sá, chefe de economia da Rico, explica que perda de ímpeto da economia dos EUA é justamente uma consequência da elevação dos juros dos Estados Unidos, que subiu pela sétima vez seguida em dezembro e atualmente figura no intervalo entre 4,25% e 4,5% ao ano, o maior nível desde 2007.
"A política de elevação de juros demora um tempo para fazer efeito na economia e tudo depende muito também do país e das condições de estrutura. [...] O setor industrial dos EUA já vinha mostrando uma desaceleração, mas ainda não em território de contração, o que agora de fato a gente vê", analisa Rachel.
Homero Guizzo, economista da Terra Investimentos, diz que as recentes sinalizações têm potencial para afetar todo o mundo. "O aumento dos juros nos Estados Unidos acaba refletindo em todos os mercados financeiros e respingando em todas as economias que têm os Estados Unidos como parceiro comercial", afirma.