Em conversas entre o coronel do Exército Marcelo Câmara e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, era chamado pelo codinome “professora”. O aúdio consta em apuração da Polícia Federal (PF), que deflagrou, nesta quinta-feira (8), uma operação contra tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito – e que cumpriu mandados, inclusive, em Goiás.
Segundo apurado pela CNN Brasil, as conversas ainda deixavam claro que a localização da “professora” era monitorada. “A investigação constatou que os deslocamentos entre Brasília e São Paulo do ministro Alexandre de Moraes são coincidentes com os da pessoa que estava sendo monitorada e acompanhada pelo grupo”, diz trecho de decisão do relator da investigação, o ministro Alexandre de Moraes.
Ainda no documento, que embasou a operação, Moraes afirma que o “o termo ‘professora’ utilizado por Mauro Cid e Marcelo Câmara seria um codinome para a ação que tinha o Ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como alvo”.
A dupla trocou mensagens entre os dias 15 e 24 de dezembro de 2022. “As circunstâncias identificadas evidenciam ações de vigilância e monitoramento em níveis avançados, o que pode significar a utilização de equipamentos tecnológicos fora do alcance legal das autoridades de controle”, continua o documento.
Vale citar, Marcelo Câmara foi um dos alvos de mandado de prisão, nesta quinta. Já Mauro Cid é responsável por delação premiada que auxiliiou na operação da Polícia Federal.